[No dia 19/1/2014, transcorreram 150 dias completos, CINCO MESES!, sem que se tenha visto a sra. Adriana Dias responder às perguntas abaixo - diante do fato, proclamo a capitulação da moça.  Em relação à última, se poderia ajudar a ativar sua memória, pedindo ao poder judiciário a quebra do sigilo telefônico - os leitores teriam a oportunidade de tomar conhecimento das "amabilidades" que essa moça me disse, no dia em que me ligou. No meu livro O neonazismo no Rio Grande do Sul, transcrevo opiniões emitidas, por escrito, por essa senhora, a meu respeito, alguns meses depois do telefonema - não precisa de muita imaginação para adivinhar que ela me disse ao vivo! A forma pela qual obteve o número de meu telefone privado continua um mistério - enquanto a antropóloga não explica como obteve esse número, tenho motivos para pressupor que fui vítima de uma criminosa invasão de minha privacidade, em pleno Estado Democrático de Direito, tendo sido denunciado e bisbilhotado como animal "neonazista"! No dia em que o poder judiciário decretar a quebra do sigilo telefônico, provavelmente, se constatará, com surpresa (?), que agentes de Estado participaram dessa barbárie! Tudo isso mostra o nível de degradação absoluta a que está degenerada a indústria do "neonazismo", neste país].

 

Adriana Dias – doutoranda em Antropologia na UNICAMP – é, sem dúvida, a maior caçadora de “neonazistas” no Brasil. Em abril de 2013, mais uma vez, foi a fonte para a divulgação de uma notícia bombástica sobre a localização desses malfeitores, no Brasil. Nas matérias a respeito, foi dito que Santa Catarina abriga o maior contingente deles – 45.000. Na onda da repercussão dessa notícia, tomo a liberdade de formular algumas perguntas à antropóloga:

1º) Em matéria publicada no site:

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/pesquisadora-faz-mapeamento-do-neonazismo-no-brasil

tu afirmaste: “Lá [no ‘sul’] os grupos são mais densos. Os maiores crimes aconteceram lá, mas não necessariamente entre descendentes de alemães. A pesquisa demonstra que o estado de maior concentração é Santa Catarina, depois Rio Grande do Sul, São Paulo, Paraná e Minas Gerais”.

Em 24 de junho de 2012, aconteceu um crime bárbaro em Camaçari, na Bahia, com o assassinato de um rapaz que estava com um irmão gêmeo, numa parada de ônibus. Os assassinos, supostamente, os atacaram por pressuporem que se tratava de um casal gay. Uma imagem do assassinado está neste link:

http://forumbaianolgbt.blogspot.com.br/2012/06/nota-de-repudio-e-lamento-ao-amor-que.html.

Foram identificados oito agressores. Diante do fato, pergunto: a) tu conheces ato de igual nível de barbárie praticado por “neonazistas” no “sul”?; b) se esse fato tivesse ocorrido no Rio Grande do Sul, ele não teria sido, obviamente, noticiado como ato “neonazista”?; c) a constatação de que isso, com certeza, teria acontecido se deve ao fato de que no Rio Grande do Sul há “alemãos”, e em Camaçari não? [um animalesco assassinato de motivação homofóbica em Camaçari é um simples assassinato, pelo fato de que na Bahia, por definição, não existe "neonazismo", pois lá não há "alemãos"; mas uma simples pancadaria entre um grupo de "exóticos" e um grupo de "desvairados" por causa de uma observação besta à namorada de um deles vira manchete planetária como mais um ataque "neonazista" no Rio Grande do Sul, só porque aqui a presença de "alemãos" transformou absolutamente tudo em "neonazista"? (para ver, clicar aqui). Responda, senhora antropóloga doutoranda na UNICAMP!]; d) tu sabes citar um único “neonazista” fichado pela polícia em Santa Catarina? – para a Bahia, só de Camaçari sei citar oito; e) na entrevista citada, tu classificas os “neonazistas” em três categorias, das quais a última é daqueles “que são as pessoas que já passaram todos os limites possíveis e de quem a polícia já está atrás” (e que representariam 1% do total); não te parece estranho que por essa lógica SC deveria ter 450 nessa condição (1% de 45.000), mas te desafio a citares um único?; mais: não te parece estranho que só em Camaçari estão registrados oito nessa condição, e nas tuas estatísticas a Bahia não aparece?

2º) Vamos para a continuidade da parte grifada na tua frase acima: “Os maiores crimes aconteceram lá [no "sul"], mas não NECESSARIAMENTE entre descendentes de alemães”. Ou seja, a frase é cristalina: os maiores crimes “neonazistas” no Brasil são praticados no “sul” (já que crimes hediondos como o de Camaçari/BA não contam, estão excluídos do cômputo, por definição!), mas os responsáveis por eles não são NECESSARIAMENTE os descendentes de alemães. O mundo inteiro está embasbacado com a descoberta da moça - os "neonazistas" brasileiros não são, NECESSARIAMENTE, descendentes de alemães! Ninguém consegue acreditar numa fantástica notícia dessas! Marx, Weber, Durkheim, Schütz, e todos os demais clássicos-fundadores das Ciências Humanas estão refutados! Espera-se que no próximo ranking internacional das universidades a UNICAMP suba, no mínimo, 100 posições, em função dessa extraordinária descoberta por parte de sua brilhantíssima doutoranda! Ora, os "neonazistas" brasileiros não são NECESSARIAMENTE descendentes de alemães! A demonstração de ausência total de preconceitos que essa descoberta evidencia faz desssa moça a mais forte candidata ao Prêmio Nobel da Paz, talvez dividindo-o com Jair Krischke, cantado em prosa e verso como o mais destacado defensor dos Direitos Humanos UNIVERSAIS, no Rio Grande do Sul, o qual fez outra descoberta brilhantissimamente transcendental, absolutamente coerente com a biografia do um defensor dos citados direitos, a de que os responsáveis pelo "neonazismo" no Brasil são coloninhos extremamente humildes que falam alemão lá no Morro Reuter! Pergunto: a) haveria alguma lógica imperativa ou algum dado concreto para levar alguém a "cair na bobeira" de imaginar que poderiam ser NECESSARIAMENTE descendentes de alemães (o próprio repórter não perguntou nem insinuou isso)?; b) tua frase, por acaso, sugere que os cidadãos brasileiros de outras descendências estão NECESSARIAMENTE imunes de praticar tal tipo de maldade? (ou tua frase constitui um belíssimo exemplo de um comprometedor ato falho por parte de alguém que se apresenta como campeã de luta contra preconceitos?; pois como poderia ocorrer a alguém, sem mais nem menos, a ideia de enfatizar que não são NECESSARIAMENTE os descendentes de alemães que cometem barbáries, sem que isso ou estivesse sendo apresentado como óbvio por outros ou que a própria pessoa estivesse convicta disso, mas, para não ser tachada de preconceituosa, tentasse disfarçar, pois consultei muitos livros de genética, e nenhum deles diz que no DNA dos descendentes de alemães está registrada uma tendência inata à barbárie);  c) por teres feito essa observação sem ter sido provocada a isso, estavas respondendo a alguém que fez esta afirmação?; d) como efetivamente existem pessoas que manifestaram essa concepção, em público, já te ocorreu recorrer ao procurador-geral do Ministério Público Sérgio Gardenghi Suiama (que indicas na página viii da tua dissertação como tendo tomado medidas contra “neonazistas”, por solicitação tua) com o pedido de enquadrar essas pessoas no Art. 20 da Lei 7.716/1989, pois não acredito que tu possas imaginar que aquilo que elas estão fazendo NÃO significa “induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”?; e) fizeste um pequeno progresso nos teus posicionamentos, ao criticar o delegado Paulo César Jardim por suas declarações de que “está na gênese do gaúcho a guarida para movimentos desse tipo” (“neonazistas”), mas isso aconteceu no ambiente relativamente limitado de teu blog; para quando podemos esperar uma declaração tua, incisiva, bombástica, na grande imprensa, denunciando a barbárie difamatória de que os “alemãos” do “sul” seriam os responsáveis pelo “neonazismo” no Brasil?

3º) Por fim, uma pergunta pessoal, que formulei há anos, neste site, e mais recentemente no meu livro O neonazismo no Rio Grande do Sul (e que continua sem resposta!) – quando vais revelar, de público, a pessoa ou o “serviço” a que recorreste, em 2008, para obter o número de meu telefone privado?; mais: que disseste a essa pessoa ou a esse “serviço” a respeito da minha pessoa para justificar a obtenção do número de meu telefone?

Aguardo uma resposta pública! Aqui no Rio Grande do Sul, diz-se “desembucha”, isto é, “fala”, “te pronuncia”! Caso contrário, não terei outra alternativa do que pressupor que não tens respostas a essas perguntas! Estaríamos diante de um escândalo nacional se a moça que conforma a opinião pública brasileira sobre "neonazismo" não soubesse responder a essas perguntas elementares! Ela já foi chamada, várias vezes, por agentes de Estado para palpitar sobre o tema - como deslocamentos e estadas não são gratuitos, há razões para suspeitar que o dinheiro dos pesados impostos que pagamos financiou esses gastos, motivo pelo qual temos direito a respostas públicas! [18/8/2013]