A caçadora de “neonazistas” Adriana Abreu Magalhães Dias, doutoranda da UNICAMP, resolveu dar uma aula aos senadores da República, e se deslocou - certamente com enormes sacrifícios físicos e financeiros - para a “Sessão de homenagem aos grupos vítimas de discriminação e preconceito” (em 19/11/2010).

Ela disse coisas lindas na Câmara Alta da República, como a de que se deve lutar “contra o antissemitismo, o neonazismo, a discriminação, o racismo e o cerceamento de direitos de modo geral, tendo por base ações educacionais, de comunicação e participação junto a organismos e instituições que estabelecem e promovem políticas públicas de combate ao racismo, diálogo inter-religioso e cultura de paz, para a construção da cidadania e pelo respeito à democracia e à diversidade entre os seres humanos. Neste momento, apresentamos uma singular causa: a discriminação e o preconceito se tornaram um problema a ser pensado por todos nós. (...). É preciso coibir, definitivamente, tais manifestações de racismo, de preconceito, de intolerância. ... acredito, que desta sessão [do Senado da República], sairemos todos sensibilizados para uma mais efetiva ação contra toda forma de discriminação e preconceito. (...). É preciso punir os responsáveis. É preciso educar para os direitos humanos. É preciso que a mão fraterna que aceite o outro profundamente e nos guie de volta à vocação essencial de nosso país. (...). Cabe-nos ser uma nação exemplo, construindo dia a dia nossa trajetória de solidariedade. A intolerância e a discriminação não morrem jamais, adormecem esperando pacientemente nos baús, nas papeladas, na Web. É preciso acordar a todos, tornando a nossa solidariedade infatigável, para que esta epidemia, gravíssima, não nos faça esquecer que, como escreveu Camus, na humanidade, há mais coisas a admirar que a desprezar. Contamos com o apoio desta casa, o Senado do nosso país, para este alerta e para esta memória”. Na erudita fala, a antropóloga citou Michel Foucault, mas tenho certeza de que ela também conhece Immanuel Kant, e que, para ela, evidentemente, todas essas afirmações possuem validade U N I V E R S A L. [13/5/2011]